ATA DA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 22-3-2001.

 


Aos vinte e dois dias do mês de março do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Troféu Destaque Mário Quintana ao Radialista e Jornalista Amir Macedo Domingues, nos termos do Projeto de Resolução nº 046/99 (Processo nº 2648/99), de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Deputada Estadual Maria do Carmo Bueno, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Erci Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa – ARI; o Senhor Telmo Kruse, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor Amir Macedo Domingues, Homenageado; o Vereador Antonio Hohlfeldt, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, registrou as seguintes presenças, como extensão da Mesa: do Senhora Euricléia Domingues, esposa do Homenageado; dos Senhores Celso Domingues, Décio Domingues e Flávia Domingues Alves, filhos do Homenageado; do Senhor Flávio Portela, Gerente de Jornalismo da Rádio Guaíba; da Senhora Vera Spolidoro, Coordenadora de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre; do Senhor Zulmir Ivânio Breda, Vice-Presidente de Administração e Finanças do Conselho Regional de Contabilidade do Estado do Rio Grande do Sul; do ex-Deputado Estadual Manoel Braga Gastal; do Senhor Rodrigo Dindo, representante do Senhor Secretário Municipal de Obras e Viação – SMOV; do ex-Vereador Frederico Barbosa; do Jornalista Luiz Carlos Rech; de familiares e amigos do Homenageado. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome das Bancadas do PSDB e PMDB, discorreu sobre aspectos relativos à vida profissional do Homenageado, reportando-se à aprovação unânime do Projeto de Resolução que concedeu o Troféu Destaque Mário Quintana à Sua Senhoria e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, felicitou o Senhor Amir Macedo Domingues pelo seu aniversário, hoje, manifestando seu reconhecimento ao trabalho realizado pelo Homenageado como radialista, comentarista e jornalista no Estado do Rio Grande do Sul e externando sua satisfação em participar da presente homenagem. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, declarou a oportunidade da concessão do Troféu Destaque Mário Quintana ao Senhor Amir Macedo Domingues, ressaltando as características de competência e simpatia com a qual Sua Senhoria exerce suas atividades profissionais e ressaltando a relação de respeito e valorização do ser humano sempre presentes na vida do Homenageado. O Vereador João Antonio Dib, em nome da Bancada do PPB, afirmou a justeza da homenagem hoje prestada ao Senhor Amir Macedo Domingues, relembrando entrevista concedida por Sua Excelência ao Homenageado, quando exercia o cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre, destacando a competência e seriedade de Sua Senhoria na elaboração e no enfoque dado às perguntas feitas. O Vereador Haroldo de Souza, em nome da Bancada do PTB, externou sua satisfação em poder participar da presente solenidade, parabenizando o Senhor Amir Macedo Domingues pelo seu aniversário e enaltecendo a transparência da postura adotada por Sua Senhoria no exercício de sua carreira profissional, caracterizando-o como um "sustentáculo da ética jornalística". O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, solidarizou-se com os pronunciamentos efetuados anteriormente, rendendo sua homenagem ao Senhor Amir Macedo Domingues e enfatizando as características de competência, equilíbrio, lisura e seriedade com que Sua Senhoria desempenha as funções de radialista e jornalista. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, congratulou o Vereador Antonio Hohlfeldt pela iniciativa de propor a entrega do Troféu Destaque Mário Quintana ao Senhor Amir Macedo Domingues, afirmando ser o Homenageado um exemplo a ser seguido pelos jovens profissionais que iniciam a carreira jornalística. O Vereador Raul Carrion, em nome da Bancado do PC do B, comentou dados relativos à trajetória seguida pelo Senhor Amir Domingues Macedo no desempenho de suas atividades profissionais como radialista e jornalista, exaltando o engajamento de Sua Senhoria na transmissão de informações relativas aos grandes acontecimentos que marcaram a história do Brasil. A seguir, o Vereador Fernando Záchia, na presidência dos trabalhos, convidou o Vereador Antonio Hohlfeldt e a Senhora Euricléia Domingues para, juntamente com Sua Excelência, procederem à entrega do Troféu Destaque Mário Quintana ao Senhor Amir Macedo Domingues, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Troféu recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, convidando a todos para a Sessão Solene a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Antonio Hohlfeldt, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a entregar o Troféu Destaque Mário Quintana ao Radialista e Jornalista Amir Macedo Domingues.

Convidamos para compor a Mesa o homenageado, o Sr. Amir Macedo Domingues; a Deputada Estadual Maria do Carmo Bueno, representante da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul; o Jornalista Erci Pereira Torma, Presidente da ARI; o Dr. Telmo Kruse, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Como extensão da Mesa, anunciamos a presença da esposa do homenageado, Il.ma Sr.ª Euricléia Domingues; dos filhos do homenageado: Srs. Celso Domingues, Décio Domingues e Sr.ª Flávia Domingues Alves; do Gerente de Jornalismo da Rádio Guaíba, Sr. Flávio Portela; da Coordenadora de Comunicação Social da Prefeitura de Porto Alegre, Sr.ª Vera Spolidoro; do ex-Vereador e ex-Deputado Estadual Dr. Manoel Braga Gastal; do representante do Secretário da SMOV, Sr. Rodrigo Dindo; do Jornalista Luiz Carlos Rech.

Dando início à homenagem, concedemos a palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt, que falará em nome da sua Bancada, o PSDB, e em nome do PMDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu prezadíssimo companheiro, amigo, Amir Macedo Domingues. Em primeiro lugar, quero agradecer à Liderança do PMDB, pela possibilidade de falar, também, pela sua Bancada, pelos Vereadores que a integram, inclusive pelo Ver. Fernando Záchia que, como Presidente, evidentemente fica com outro compromisso.

Quero saudar, especialmente, a Sr.ª Euricléia, os filhos do Amir, e dar o meu abraço muito especial ao Jornalista, ex-Vereador, ex-Deputado, Braga Gastal.

São muito bons estes momentos, estes encontros, quando nós revemos pessoas e, também, temos a possibilidade de reencontrarmos, aqui, colegas da Caldas Júnior. Permito-me, através do Rech, a quem ouvimos tantas horas por dia - porque já não é mais uma vez por dia, são várias horas por dia e à sua equipe toda -, fazer, então, a referência a todos os companheiros da Caldas Júnior.

Prezado Amir, a Sessão de hoje, na verdade, é uma dupla Sessão. É uma dupla Sessão, porque de um lado, hoje é o dia do teu aniversário: é hoje, exatamente, dia 22 de março, e é muito bom quando podemos homenagear um amigo de maneira pública, trazendo para o seu redor outros amigos. E, se não estão todos aqui - certamente, o Amir os tem aos milhares -, certamente estão aqui alguns que com ele convivem mais diariamente, mais de perto, mais constantemente, nos seus quarenta e oito anos de profissão e nos seus setenta e três anos de vida que está completando hoje.

Disseram-me que o Amir Domingues largou o cigarro há cerca de dois anos. E, agora, sem o cigarro, o Amir Domingues está magro, e parece que isso é marca de jornalista, de um modo geral, com raras exceções. Vejam o Rech, vejam, enfim o Haroldo, que hoje é Vereador desta Casa. Pelo jeito isso é marca da nossa profissão. Depois que nos aposentamos, sim, fica um pouquinho diferente, mas no dia-a-dia da labuta é magreza.

Apesar de tudo, é um sujeito absolutamente forte em todos os sentidos. Forte e, ao mesmo tempo, calmo. Eu não me lembro de, nos anos de convívio na Caldas Júnior, que foram muitos, ter visto o Amir nervoso, irritado; preocupado, sim, responsável, sim, mas não realmente alguém que saísse fora do seu comum, no dia-a-dia da sua vida profissional.

E nesta homenagem, Amir, eu quero me permitir mencionar um outro colega, que foi meu colega de trabalho, que é teu colega ainda hoje, e que é também um companheiro meu aqui, dentro do gabinete, e de quem partiu a idéia desta homenagem: o companheiro Renato Bohush. O Renato tem sempre lembrado, feito este acompanhamento, sobre quais são as pessoas da comunidade desta Cidade, do meio do jornalismo que nós devemos deixar marcadas, ou com o batismo de uma rua, quando já nos deixaram, ou com a homenagem ainda em vida, porque o bom é a gente poder fazer homenagem, evidentemente, em vida, tanto quanto possível. Esse é o teu caso, Amir, hoje.

Mas a Sessão de hoje tem um segundo objetivo. O objetivo, talvez, seja um pouco mais distante, um pouco mais formal, um pouco mais frio, mas é também um objetivo pelo qual se deixa de lado apenas a amizade: é o reconhecimento público também ao profissional jornalista e radialista que é Amir Domingues. Amir, que se iniciou lá na velha Rádio Gaúcha, que passou à extinta A Hora. No ano passado, ainda, o Lauro Schirmer recordou e documentou brilhantemente no livro lançado na Feira do Livro. Depois experimentou a vida nos Diários e Emissoras Associados. A partir de 1957 se incorporou à equipe da Caldas Júnior, primeiro na Folha da Tarde, depois na Rádio Guaíba.

Não há atividade, não há função no jornalismo que o Amir não tenha experimentado. Parece que ele faz uma única ressalva, que é a crônica social, essa ele ainda não teria feito. Eu não sei se isso é verdade ou se são apenas fofocas, o Amir, depois, pode confirmar.

O Amir, que fez toda uma série de experiências no jornalismo e chegou inclusive a editorialista do Correio do Povo, tem uma marca: quando se fala Amir Domingues lembramos de um programa da Rádio Guaíba; ao longo de anos, às vezes trocando de horário, é o nosso ponto de encontro, é a nossa referência, e creio que é, hoje, também um símbolo da própria emissora, a Rádio Guaíba. Esse programa é um encontro necessário e obrigatório com a opinião pública sul-rio-grandense, e eu arrisco a dizer que, pela potência da Rádio Guaíba, com a opinião pública brasileira. E vou lembrar, aqui, Amir - e certamente vais também te recordar -, da importância do programa, da série que fizeste há alguns anos, contando com o patrocínio dos Adubos Trevo, o balanço que o Brasil - de uma certa maneira -, o Rio Grande do Sul e Porto Alegre fizeram, através do teu programa, numa série de cinqüenta entrevistas, que realizaste pensando a mudança do Brasil, e que depois tivemos a oportunidade de transformar num livro que registrou isso para o futuro.

O Amir Domingues repórter cobriu momentos críticos da nossa história, e muitos aqui vão recordar: a Revolta de Aragarças, no período de Juscelino Kubitschek; a renúncia de Jânio Quadros; a legalidade de Brizola; a Conferência da Bacia do Prata; a Conferência del Pueblo, no México; e, sobretudo, claro, o dia-a-dia de cada um de nós. Em cada entrevista do Amir, de uma certa maneira, ele está cobrindo, ele está acompanhando a vida de cada um de nós, com este modo muito especial de entrevistar que o Amir soube criar e desenvolver. O profissional sempre fiel ao entrevistado, quando no texto escrito. O profissional que não quer aparecer mais do que o entrevistado, quando no programa de rádio. O profissional que é capaz de ouvir, de estudar, de pesquisar, ainda hoje, antes de fazer uma entrevista sobre tema que julgue que não domina bem - se é que existe. E faço um depoimento: ainda hoje são gravadas previamente a maioria das suas entrevistas, porque o Amir tem esse cuidado, o de antes conversar com o seu entrevistado, acertar a pauta, criando um clima, propiciando, exatamente, a melhor conversa, e, acima de tudo, respeitando o horário rígido para colocar o programa no ar. Os produtores sabem disso muito bem, porque, às vezes, nos tiram da cama às 7h da manhã para acertar a entrevista gravada ou ao vivo para quando entrar no ar às 10h ter a garantia de um programa de qualidade.

Na exposição de motivos apresentada - quando apresentei o Projeto de Lei a esta Casa, aprovado por unanimidade dos companheiros da legislatura anterior - eu dizia que, provavelmente, devêssemos chamar o Amir Domingues de lenda do nosso rádio. Mas como o Amir está aqui, em carne e osso, quase mais osso do que carne, mas de toda a maneira está aqui conosco, vivo, acho que devemos corrigir a expressão: Amir Domingues é sim, a lenda viva do nosso jornalismo.

É por isso Amir Domingues que, em nome de todos aqueles Vereadores, votamos este Projeto em 1999. Em nome de todos os Vereadores que hoje compõem esta Casa e que todos nós somados trinta e três, somos a representação desta Cidade de Porto Alegre, talvez de todos aqueles que te ouvem através da onda da média e curta da Rádio Guaíba no interior; hoje em dia através da Internet, todos nós hoje queremos te agradecer: tu tornaste o jornalismo do Rio Grande do Sul um pouquinho maior, um pouquinho mais significativo, um pouquinho mais presente a cada momento nas nossas vidas. Tua única obrigação, Amir, é continuar fazendo isso, até onde puderes, o máximo possível - não vou dizer que outros mais 73, porque aí já seria uma provocação, mas quem sabe lá alguns tantos mais que eu - não duvido nada - que o Amir daqui a pouco esteja virando um jornalista centenário e entrando para as páginas da Revista Imprensa que anda fazendo uma série sobre jornalistas do nosso jornalismo brasileiro.

Muito obrigado, Amir, um abraço, obrigado pela tua presença aqui nesta nossa Casa. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos, como extensão da Mesa, a presença do Ex.mo Sr. Vice-Presidente de Administração e Finanças do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, Contador Zulmir Breda e, também, a presença do querido amigo, ex-Vereador desta Casa, Frederico Barbosa.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra pela Bancada do Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, parabéns ao aniversariante de hoje, nosso homenageado. Parabéns também ao Ver. Antonio Hohlfeldt por essa homenagem justa de destinar o Troféu Destaque Mário Quintana a essa lenda viva do jornalismo e do rádio no nosso Estado. Sem dúvida nenhuma, só do nosso Estado é um equívoco, porque vai muito além das fronteiras do Rio Grande do Sul. Eu que venho de Santa Catarina preciso dizer, aqui, que lhe conheci antes de aportar em Porto Alegre. Conheci ouvindo o senhor na rádio.

De lá para cá tenho acompanhado a sua trajetória e, por isso, nos parece que não estamos apenas fazendo uma homenagem ao cidadão, ao Radialista, ao Jornalista Amir Domingues: homenageá-lo é fazer uma homenagem à retidão, às atitudes, às posturas corretas, ao comportamento que nós, cidadãos, esperamos de um homem de rádio, de um homem de jornal.

Essa homenagem vai muito mais além da sua própria personalidade, porque aqueles homens e aquelas mulheres que marcam a vida de uma cidade e de um país são exatamente aquelas pessoas que conseguem, pela sua atitude, pelo seu jeito de ser e fazer, representar aquilo que nós sonhamos e almejamos que as pessoas devam ser e que nós esperamos que elas continuem sendo.

A nossa homenagem de hoje, Amir Domingues, é também uma homenagem para dizer que esperamos, marcando esta data, hoje, do seu aniversário, que por muito e muito tempo prossiga a sua jornada no mesmo caminho, com o mesmo jeito de ser. Precisamos disso mais do que nunca, nesse mundo conturbado de hoje, em que valores aqui mencionados estão-se esboroando - o que muitas vezes temos dificuldade de ver - e que nós, nos nossos sonhos, queremos ver de volta, mais vivos e permanentes.

Por isso, nesta homenagem, a nossa gratidão pelo passado, o nosso reconhecimento pelo trabalho de hoje, do cotidiano, e a nossa expectativa de que continue - e tenho certeza de que continuará - por muitos e muito anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra pelo PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.) Esta Casa sente-se, neste momento, prestigiada e honrada ao outorgar o Troféu Mário Quintana ao Amir Domingues.

O Ver. Antonio Hohlfeldt, na sua manifestação e exposição de motivos, disse e tem dito que tu és uma lenda no jornalismo. Eu diria mais. Usando uma expressão da fronteira oeste, eu me atreveria a dizer, meu caro amigo Amir - eis que de Porto Alegre eu me dirigi à fronteira oeste e há uma expressão que eu gosto muito -, que tu és uma legenda do jornalismo rio-grandense. Essa legenda vem irradiando competência e simpatia nessas diversas décadas de exercício profissional. Quem não foi entrevistado pelo Amir Domingues? O Amir guarda algumas características. Na primeira vez em que alguém é entrevistado, uma pessoa que não seja do conhecimento da mídia, ele a entrevista e a trata com dignidade, como se estivesse frente a um Ministro, a um Governador, a uma autoridade maior. É uma relação de respeito e de valorização do ser humano.

Eu me senti assim certa feita. Jovem advogado, as minhas intervenções políticas nem chegavam ao mandato parlamentar. No Instituto dos Advogados coordenei o Fórum Nacional do Voto Distrital. Pois, naquela oportunidade, o Amir convidou-me para dar uma entrevista. É óbvio, naquela época eu ainda tinha pouca prática e fui lá meio inquieto. O que será que ele vai me perguntar? Mas foi uma absoluta tranqüilidade, porque ele ia conduzindo a entrevista, ajudando o próprio entrevistado, iniciante na “latinha”, deixando-me inteiramente à vontade.

O Amir - e acho que estas coisas devem ser ditas - é uma pessoa que na trajetória da sua vida produziu, com suas entrevistas, inúmeros fatos que se tornaram manchete dos jornais no dia seguinte. Uma entrevista do Amir é pauta para os jornalistas que estão do outro lado, anotando as manifestações de seus entrevistados.

Nesta linha e na sua história ele se conduziu sempre, não deixando de fazer as perguntas que devam ser feitas, duras, vigorosas, mas sem perder a finesse, a ternura e o respeito pelo seu entrevistado.

É esta a imagem que nós que nós, que estamos do outro lado, guardamos dessa figura que hoje recebe o Troféu Mário Quintana. Também gostaríamos de ressaltar que Amir Domingues, no seu trabalho de jornalista, é uma figura que se tem pautado como um defensor intransigente da economia primária do nosso Estado, do nosso País. É por todas essas razões que ele goza de extraordinária respeitabilidade nos meios políticos.

Do meu lado, do meu povo, eu sei que a minha gente gosta de dar entrevistas a Amir Domingues. A primeira, a nossa figura mais importante, o Dr. Leonel Brizola, quando vai dar uma entrevista em que vai apresentar um fato novo, uma bomba, ele quer dar essa entrevista, em primeira mão, ao Amir Domingues. Da nossa corrente, da nossa história trabalhista, eu penso que ele só não entrevistou o Dr. Getúlio Vargas, porque, os outros - Jango, Arlindo Pasqualini -, todos passaram pelas entrevistas e pelas coberturas jornalísticas do Amir Domingues. E a história da crônica política rio-grandense está profundamente ligada, por seu trabalho sério, por seu trabalho responsável, a essa figura que hoje esta Casa homenageia, outorgando-lhe o Troféu Mário Quintana.

Parabéns Amir Domingues!

Parabéns ao Ver. Antonio Hohlfeldt, que teve essa iniciativa., aprovada por unanimidade na Casa, unanimidade que não é a unanimidade do Amir Domingues, não é só desta Casa, mas é de todo o Rio Grande.

Peço desculpas por ter-me excedido no meu tempo, mas a circunstância me obrigou a que eu continuasse falando, falando, falando... Certamente continuaria, com muito prazer. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra. Falará pela Bancada do PPB.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O prêmio Mário Quintana foi instituído em 1994. O primeiro a receber esta homenagem foi o Jornalista Mendes Ribeiro. Mendes Ribeiro e Amir Domingues fizeram uma dupla que a crônica esportiva deve registrar hoje como uma das melhores que aconteceu no Rio Grande do Sul. Mendes Ribeiro transmitindo a partida e o Amir Domingues comentando a partida. Isto não será esquecido nunca. Uma dupla completa.

Mas o que precisamos hoje aqui é ouvir Amir Domingues e não falar muito tempo. Gostaria de falar rapidamente sobre uma das tantas entrevistas que tive a satisfação de dar a Amir Domingues. Eu, Prefeito, ele me entrevistava de manhã cedo, como ele sempre faz, e me perguntou, depois de uma declaração, se eu estava fazendo uma fina ironia inglesa ou se eu queria dizer outra coisa. Eu lhe disse que estava dizendo tudo o que quisesse entender. Lembrei disso porque se eu tivesse de dar um título a Amir Domingues eu diria que ele é o lorde da comunicação, pela elegância, pela competência, pela seriedade com que ele entrevista seus entrevistados; pelo bom juízo que ele faz do que seja imprensa, porque imprensa mesmo é a pesquisa da verdade.

Amir, quero te dizer, como amigo - e o cumprimento pelo aniversário -, que ninguém ganha prêmios se não tiver atrás de si uma boa família, e esta família, felizmente, tu tens. Gosto de ver nas vezes em que vou no 25 de Julho toda aquela família reunida almoçando, confraternizando: parece que é tudo um só.

Tudo o que nós queremos, em nome do meu Partido, os Vereadores Pedro Américo Leal, Beto Moesch, João Carlos Nedel, é dizer que tu continues como és, não mudes. Queremos que fiques por muito tempo e temos certeza de que isto irá acontecer. Saúde e paz! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos também as presenças dos Srs. Vereadores, além dos representantes dos Partidos que farão manifestações, Ver. Cassiá Carpes, Ver. Beto Moesch, Ver. Sebastião Melo e o Ver. Pedro Américo Leal.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra pela Bancada do PTB.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais autoridades presentes.) Meu grande amigo Amir Macedo Domingues, parabéns pelos 48 anos de rádio e pelos 102 anos de vida que, certamente, irá alcançar. Previsão minha. Muitas felicidades!

Boa-tarde a todos vocês que aqui estão, amigos jornalistas, amigos Vereadores. Passaram por aqui, eu estava sentado vendo um desfile de feras, feras da oratória, pessoas que pegam o microfone para se comunicarem e têm um domínio marcante, no tocar o coração das pessoas para enaltecer alguma coisa.

Querido Ver. Antonio Hohlfeldt, que fez a proposta ao Projeto que foi aprovado. Falou com o brilhantismo que lhe é peculiar e disse de toda a vida profissional de Amir Domingues. O Ver. Adeli Sell falou da retidão. O meu querido Ver. Isaac Ainhorn veio com a postura do Amir. O meu querido Ver. João Antonio Dib, com quem eu estou-me espelhando nesta Casa para ser um pedacinho seu, lembrou que Mendes Ribeiro foi um grande narrador e que Amir Domingues foi um grande comentarista. O passado e o presente.

Eu formaria uma equipe agora, aqui. Narração de Mendes Ribeiro, um dos grandes narradores do rádio esportivo brasileiro; comentários, Amir Domingues, a palavra certa do futebol do Brasil, com as reportagens de Luiz Carlos Rech, a geração nova. Estaríamos formando o passado e presente, projetando o futuro em homenagem ao cidadão Amir Domingues. Mas quem é Amir Domingues? Para mim, que estou há dez anos apenas, meu amigo Ver. Pedro Américo Leal, na Rádio Guaíba e tendo contato com ele todos os dias. Realmente, ele é um lorde, é muito difícil. E eu tenho este temperamento de estar às vezes com toda energia do meu organismo, muito louco, como as pessoas dizem que eu sou, encontro com Amir Domingues e baixa. Ver. José Fortunati, a retidão, aquela tranqüilidade dos lordes, o conhecimento, de uma pessoa recebe uma homenagem, como ninguém poderia receber, a não ser aquele primeiro que recebeu esse Troféu do Mário Quintana, esse Mário Quintana querido. O Mendes Ribeiro também foi uma grande bandeira. E de Mendes Ribeiro temos o Moacyr Scliar, uma das figuras mais representativas da literatura do Rio Grande do Sul. É um time de feras. Os que falaram aqui e os que foram homenageados, pelo Prêmio Mário Quintana.

No passado, dizia o Sidney Coelho, que é uma das figuras que convive muito com Amir Domingues na Rádio, ele foi Chefe do Departamento de Notícias, quando havia os computadores, que no meu entendimento tiraram um pouquinho do sentimentalismo das coisas boas que o rádio, os noticiosos, que o rádio esportivo fazia no tempo antigo. Era aquela máquina, não era, Amir? Não eram os computadores. E o senhor era o Chefe do Departamento de Notícia e depois o comentarista. Que figura eu poderia neste momento pegar para tentar ser um pouquinho igual aos oradores que me antecederam aqui? Quero a figura do Mário Covas, sim; a retidão de Mário Covas; a transparência de Mário Covas como político; assim é o Amir Domingues na sua postura, na sua retidão e na sua transparência como jornalista.

Penso que assim estou transmitindo, em nome dos meus amigos, que trabalham na Rádio Guaíba de Porto Alegre, do Departamento do Esporte da Rádio Guaíba de Porto Alegre, na figura do seu chefe Luiz Carlos Reck, mas na figura do nosso comandante maior, Dr. Carlos Ribeiro, estarei prestando essa homenagem ao senhor, comparando a sua retidão com o desaparecimento dessa legenda da política, dessa transparência da polícia que perdemos recentemente: o querido Mário Covas.

Então, em nome da sua família, meu querido Amir Domingues; em nome do Cassiá Carpes, que é o Líder desta Bancada e que cedeu o seu espaço para eu falar um pouquinho a seu respeito; em nome de todos os Vereadores do Partido Trabalhista Brasileiro e em nome também de um comunicador, Sérgio Zambiasi, digo que você é o sustentáculo da ética jornalista profissional.

Muito obrigado, um beijo no seu coração em nome de todas as pessoas que vivem, que nasceram, ou que vieram para o Rio Grande do Sul e que amam esta terra, como eu, sem demagogia, Amir Domingues.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em nome do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sabe bem o meu companheiro Frederico Otávio Domingues Barbosa que nós, junto com o Germano Bonow, assessorados pelo Benito Jiusti, fizemos um esforço muito grande, no ano passado, para alterar um quadro que já eternizava no Legislativo da Cidade de Porto Alegre. Isso, Ver. Haroldo de Souza, nos colocava, no ano passado, sempre como o último orador desse quadro, e nós fizemos uma força e subimos um pouco nesse quadro, mas nem tão grande foi o sucesso que antes não houvesse esse desfile de feras que o Ver. Haroldo de Souza nos noticiou, como pessoas, evidentemente, de talento, competência e inteligência preparam uma homenagem atendendo aos ditames do Regimento da Casa, e sobretudo a tradição desse Legislativo.

Como autor da proposição, ao Ver. Antonio Hohlfeldt cabia um pronunciamento de fundo em que ele certamente haveria de traçar, como traçou, com o brilho e perfil do nosso homenageado, deixando pouca coisa para inteligência, a competência e a sabedoria do Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Adeli Sell e Ver. João Antonio Dib acrescentar. Veio o Ver. Haroldo de Souza com todo o seu coração, todo o seu entusiasmo, toda a sua vibração e complementou a festa, deixando para nós muito pouco a acrescentar, quase que nos colocando naquela posição de que nós subscrevemos tudo o que foi dito, porque tudo o que aqui foi dito, foi dito com correção.

Eu busquei, Deputada Maria do Carmo, dois ensinamentos que a vida me ofereceu. Eu busquei a contribuição de duas pessoas que são cidadãos, homens da história do Rio Grande e que muito influenciaram a minha vida pessoal. Eu me socorro de Carlos de Brito Velho e de Armando Câmara. De Carlos de Brito Velho, eu me lembro de uma frase cunhada na Assembléia Legislativa do Estado, onde V. Ex.ª, Deputada Maria do Carmo, desenvolve um trabalho tão competente, entusiasmado e conseqüente, naquela vetusta casa da Rua Duque de Caxias, há um tempo, disse Carlos de Brito Velho: “Dai ao seu o que cujo é”. Eu somo a essa colocação de Carlos de Brito Velho, com o meu ensinamento, com o ensinamento do meu lembrado Prof. Armando Câmara, quando, me definindo o valor, dizia que o valor é a relação da conformidade e do dinamismo do ser com o seu fim. Correto, Ver. Isaac Ainhorn? Nessas duas colocações, eu faço a síntese de um pronunciamento, porque esse colorado de 73 anos, tem sido, ao longo do tempo, um jornalista por excelência: competente, equilibrado, um homem que até me falaram há algum tempo, Sílvio, que não gostava de uma determinada pessoa da história política do Estado - eu penso até que foste tu quem me falou -, e eu me surpreendi, um tempo depois, quando, ouvindo o Amir entrevistar esse cidadão, ele repetia o mesmo equilíbrio, a mesma tranqüilidade e a mesma serenidade. Essa é a relação de dinamismo e de conformidade que dá o valor e dá ao seu o que cujo é. Não é que o Ver. Antonio Hohlfeldt, inspirado pelo Renato, Frederico, foi buscar o cujo que nos faltava, na figura do prêmio de Mário Quintana, que é a glória da nossa literatura e a glória da nossa imprensa escrita no Estado do Rio Grande do Sul.

Eu sei que o velho Mário, que gostava de fumar o seu cigarrinho, como nós, que certamente se sentiria patrulhado pelo seu discípulo Antonio Hohlfeldt, no seu pronunciamento, estaria muito feliz hoje, sabendo que estás aqui com a sua esposa, com os seus familiares, recebendo esta homenagem da Câmara, recebendo este prêmio, recebendo esta distinção. E, junto com o velho, que já se foi, nós, que aqui estamos, ficamos felizes em saber que o nosso grande homem de comunicação, Haroldo de Souza, te preconizou 102 anos. Bom, Haroldo, 102 anos é pouco, homens como o Haroldo não pode querer que o mundo partilhe da competência, da sabedoria, da lisura, do equilíbrio de um homem, como o Amir Domingues, só por 102 anos.

Nós queremos que tu estejas conosco por muito mais tempo. Um abraço, Amir. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia, Líder da Bancada do PSB, está com a palavra.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Inúmeros oradores ocuparam esta tribuna. Muito se falou da vida de Amir Domingues. Queremos, primeiramente, parabenizar o Ver. Antonio Hohlfeldt por ter pensado em alguém que faz e fez a história do rádio e do jornalismo, não só de Porto Alegre, mas podemos dizer do Brasil.

Somente duas pessoas, Amir, até agora, foram agraciados. O Ver. João Antonio Dib disse: Mendes Ribeiro e Moacyr Scliar. Então, hoje, o senhor está entrando numa galeria de pouquíssimos que, por si só, aumenta ainda mais a sua responsabilidade, que é diária, porque o que o senhor faz, pode ter certeza, serve de exemplo para milhares de jovens que buscam, nessa formação profissional, o seu futuro, e tu és um exemplo para eles. Amir Domingues, como já foi citado por inúmeros Vereadores, é alguém que faz parte, diariamente, não só do jornalismo, mas faz parte diariamente da vida de cada um, de cada uma das pessoas da nossa Cidade e do nosso Estado. Porque o rádio, principalmente, tem esta magia, a fantasia de invadir e, ao mesmo tempo, nos deliciar; mesmo não sendo interlocutores diretos podemos fazer a crítica, sorrir, chorar e dizer: “Lá está alguém que, no dia-a-dia, nos influencia.” E tu, com esta capacidade que Deus te deu, consegues fazer isso. Consegues deixar o entrevistado à vontade, sem colocá-lo num brete, porque tu és uma pessoa simples que, ao mesmo tempo, quer passar, para aqueles milhares de pessoas que estão ouvindo, o que o entrevistado pensa, e sempre o deixa à vontade. Amir, tu és uma pessoa que inspira credibilidade, porque tu és uma pessoa séria e, fundamentalmente, ético. E isso é o que cada vez mais buscamos. E é por isso que volto a dizer aquilo que eu disse no início: tu és um exemplo. Muito se poderia falar a teu respeito e muito já se disse das tuas virtudes; agora, gostaríamos de caracterizar-te por esta tua simplicidade, dizendo: tu és o que tu és no dia-a-dia. Tu não és daquelas pessoas que, quando entram no rádio, se modificam. Não. Porque tu és o próprio rádio. Então esta visão já faz parte de ti.

Tu podes ter a certeza - e tu sabes melhor do que todos nós - de que nós só conseguimos vencer a nossa vida no dia-a-dia e, ao mesmo tempo, termos tranqüilidade, quando nós, ao final de cada jornada, podemos chegar em casa e ter o sustentáculo da família. E isso inúmeros oradores já o disseram. Tu tens uma família. E como é bom chegarmos em casa e sermos acolhidos; pois, muitas vezes, no dia-a-dia, nós sabemos que o conviver não é fácil, também é a hora, às vezes, de descarregar aquilo tudo que carregamos durante o dia. Podes ter a certeza de que esse teu brilho é acompanhado da tua esposa e dos teus filhos, porque eles são o sustentáculo.

Para finalizar, vou utilizar uma frase do Ver. Haroldo de Souza: “Você é especial porque você é gente que se liga na gente!” Parabéns! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registramos a presença dos Vereadores José Fortunati e Estilac Xavier.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra em nome do PC do B.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, queremos parabenizar o proponente desta merecida homenagem ao Radialista e Jornalista Amir Domingues, Ver. Antonio Hohlfeldt, que, em boa hora, trouxe para a aprovação de todos nós a proposição desta homenagem.

Falar da trajetória do Jornalista e Radialista Amir Domingues é falar de uma trajetória de retidão, de competência e de engajamento nos grandes acontecimentos históricos da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País. Já em 1946, aos 18 anos de idade, em Cruz Alta, onde acompanhava seu pai, para lá transferido, Amir Domingues iniciou sua vocação de comunicador de massas. No serviço de alto-falantes da cidade fazia a cobertura dos comícios, entre os quais - como sempre lembra - o de Luís Carlos Prestes, então candidato ao Senado pelo Partido Comunista do Brasil, que tenho a honra de representar neste ato. Sua experiência é multifacética, iniciou sua carreia de radialista na Rádio Gaúcha, em 1953; na mesma época trabalhou no jornal A Hora, e também atuou no Clarim - jornal de Leonel Brizola e do PTB. Em 1957, entrou na Caldas Júnior, onde permanece até hoje na Rádio Guaíba e no jornal Correio do Povo. Entre os grandes acontecimentos nacionais registrados por Amir Domingues está o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. Lá estava Amir Domingues, ao microfone, das 6h da manhã às 2h da manhã do dia seguinte, como testemunha de um momento de comoção nacional. Quando da Revolta de Aragarças, contra JK, foi o único jornalista brasileiro a acompanhar, em Buenos Aires, a chegada de uma avião da Pan Air seqüestrado pelos revoltosos. Em 1961, no episódio da Legalidade, no microfone da Rádio Guaíba - emissora que liderou a Cadeia da Legalidade -, comandou as transmissões que cobriram a resistência ao golpe militar de então. Foi duas vezes a Brasília nesse episódio. Acompanhou João Goulart quando de sua viagem para tomar posse no regime parlamentarista. Durante os governos militares trabalhou sob censura, mas com firmeza e habilidade. Nunca fraquejou, nem se dobrou. Também destacou-se por suas coberturas internacionais em Punta de Leste, Puebla, nos Estados Unidos e em tantas outras partes. Em 84, com emoção, mas com objetividade, relatou e acompanhou todas as manifestações populares pelas “Diretas Já!” Toda a sua vida é um exemplo de jornalismo comprometido com as grandes causas do nosso povo e da humanidade.

Homem de posições claras, sabe aceitar a manifestação de todas as opiniões, por mais divergentes que sejam das suas. É um verdadeiro jornalista!

Por isso é plenamente merecido o Troféu Destaque Mário Quintana que esta Casa lhe concede. Um grande abraço do PC do B e deste amigo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convido o Sr. Antonio Hohlfeldt para proceder à entrega do Troféu Destaque Mário Quintana ao nosso homenageado Amir Domingues. Convidamos, também, a Sr.ª Euricléia Domingues para que, aqui, fazendo parte da Mesa, possa sentar ao lado de seu esposo, compartilhando este momento.

 

(O Ver. Antonio Hohlfeldt procede à entrega do Troféu Destaque Mário Quintana ao jornalista Amir Domingues.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Sr. Amir Domingues está com a palavra.

 

O SR. AMIR DOMINGUES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais pessoas presentes.) Eu nunca imaginei ocupar está tribuna, mas isso muito me honra porque é a tribuna por onde se expressam os Srs. Vereadores que são os legítimos representantes do pensamento, dos anseios, da vontade da comunidade de nossa Cidade. Eu nasci aqui, aqui me criei, aqui me casei, aqui nasceram os meus filhos, quase todos os meus netos nasceram aqui, com exceção de dois que são paulistas, e é com muita emoção que recebo o Troféu Mário Quintana.

Sinto-me muito gratificado ao receber este Troféu porque a indicação partiu não apenas de um Vereador, mas de um jornalista, de um professor, de um crítico literário e de um homem que acompanha, como poucos na nossa profissão, a evolução por que passam os meios de comunicação. Sinto-me muito confortado por ter uma indicação do Ver. Antonio Hohlfeldt, feita no ano passado e aprovada pela unanimidade dos Vereadores desta Casa.

Ainda me sinto feliz por ter o meu nome ligado ao poeta do nosso Estado, o grande Mário Quintana com quem tive oportunidade de conviver. Eu gostaria de ter o dom da oratória, daqueles Vereadores que, representando as diferentes bancadas desta Casa, estiveram aqui nesta tribuna e que quase fizeram explodir o meu coração. Felizmente, parece que por essa eu atravesso ainda hoje.

Eu desejo agradecer a presença de todos, dos meus familiares, dos meus colegas da rádio e, usando uma expressão que era muito utilizada quando eu iniciei na carreira de radialista, eu me despeço dos senhores e senhoras dizendo-lhes muito obrigado pela atenção dispensada. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Registro a presença do Ver. Ervino Besson e Ver. Juarez Pinheiro.

O Troféu Mário Quintana é instituído pela Câmara de Vereadores e é uma honraria para nós, Vereadores, concedê-lo a um jornalista tão qualificado e tão bem escolhido pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que obteve a unanimidade desta Casa, cada vez mais honrando a tradição da Câmara Municipal.

Convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h34min.)

 

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